terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dilma, Marina e o Brasil

Estranho escrever aqui sobre política, não? Estranho sim, mas achei necessário e coerente. Neste post, vou deixar registrado aqui alguns pontos importantes sobre as duas candidatas à presidência mais discutidas nos últimos dias, o que anda gerando muitas polêmicas entre os eleitores, e deixando muita gente confusa e mal informada.

Nessas eleições, muitas pessoas (inclusive eu) estão levando seriamente em conta o caráter religioso de cada candidato, estudando qual o ponto de vista de cada um sobre alguns assuntos que levam em conta a questão religiosa, como o aborto. E isso, pelo que eu estou vendo, está sendo usado como arma estratégica a favor e contra alguns candidatos.



Como exemplo, vou citar o que acabei de mencionar. Muitas pessoas estão se voltando agora contra a Dilma por ela ser a favor da legalização do aborto no Brasil, como se ela fosse a única 'monstra' a querer isso aqui, e se esquecem que isso é uma tendência. A legalização do aborto já existe em vários países desenvolvidos, principalmente na Europa, e o que é decidido lá é sempre uma tendência chegar também aos países emergentes, como o nosso.  Não só a Dilma, mas todos os candidatos serão fortemente coagidos a aprovar a legalização do aborto em nosso país uma hora ou outra. O que está acontecendo hoje de falarem tanto da Dilma e do aborto é apenas uma arma. Sempre acontece isso nas retas finais de eleição: o candidato que lidera as pesquisas é vítima de todas as armas que estiverem dispostas... Aconteceu com o Lula em suas duas últimas eleições. No fim, ele se elegeu e nada do que foi falado contra ele foi mantido de pé. Ou alguém tem alguma coisa a reclamar do governo Lula?

Além desse ponto, surgiu também nos últimos dias uma 'fofoca' que garante que Dilma disse à imprensa: "nem Cristo querendo me tira essa vitória". Alguém, por acaso, tem algum audio ou vídeo que mostre a candidata dizendo essas palavras? Se tiver por favor me mostre, pois até hoje eu procurei e não achei nada. 'Não estava sendo gravado'? Onde já se viu, na reta final das eleições, a principal candidata prestar assim um comentário sem nenhum jornalista por perto para gravá-lo? Não quero dizer que seja realmente mentira, mas toda essa falta de provas básicas me levam a crer que seja...

Sob todas estas acusações de última hora, os eleitores agora resolveram mudar o voto para Marina, como se ela fosse a grande mulher que vai manter o aborto e o uso das drogas considerados crimes e vai sempre se lembrar de Deus quando, como presidente, precisar tomar decisões. Marina começou sua campanha dizendo firme: Sou contra o aborto, a legalização das drogas e do casamento gay, e isso de certa forma iludiu muitos eleitores. Ainda nem saímos da campanha, e seu discurso já mudou: Marina agora diz que, se eleita, convocará um plebiscito para que o povo decida se o aborto e o uso das drogas serão legalizados ou não. Alguém tem alguma dúvida de como a mídia vai influenciar o povo para que ambos sejam legalizados? Eu tenho certeza: plebiscito a respeito desses dois assuntos levarão à legalização de ambos. Qual é a diferença, então, em votar na Dilma ou na Marina? A Dilma, pelo que vejo, ao menos se mostrou decidida desde o começo da campanha sobre o que propôs, enquanto Marina já mostrou que sua  liderança e decisão não são tão fortes assim.

Estou decepcionado, pois ao mesmo tempo que posso vir aqui e apontar vários defeitos em vários candidatos, não surge nenhum que se mostre verdadeiramente capaz de levar o cargo de Presidente. A verdade é que no fundo são todos praticamente iguais e, independentemente de qual dos favoritos for eleito, o governo será simplesmente o mesmo...

Próximo domingo, nós, brasileiros, iremos às urnas decidir os 4 próximos anos de nosso futuro. A pergunta é: estamos realmente preparados para apontar com fé e confiança um rumo para nosso país?

~ Saulo Costa .

OBS: Quero deixar bem claro, desde já, que sou totalmente contra a legalização das drogas, do casamento gay e, principalmente, do aborto. Afirmei serem uma tendência por serem apenas dados. Um exemplo disso foi a aprovação do casamento gay na Argentina, há pouco tempo. É a realidade, mas não quer dizer que eu esteja feliz em ter que viver nela.